Jardim japonês: como criar um espaço zen em ambientes pequenos

Na cultura japonesa, o jardim é muito mais que uma forma de manter a área externa bem cuidada e perfumar o ambiente. Para os japoneses, esse tipo de jardinagem é uma arte: intimamente ligado à espiritualidade e ao simbolismo, o jardim japonês é composto por elementos específicos que possuem significado e criam o ambiente perfeito para a meditação e o olhar voltado a si mesmo.

E se ele é difícil de cultivar e requer um pouco de manutenção – motivo pelo qual o mais indicado é encontrar um paisagista para dar forma ao ambiente –, vale muito a pena trazer essa energia para a sua casa. Não importa o tamanho do espaço que você tem disponível: até mesmo um canto da varanda do apartamento já é o suficiente para obter os benefícios dessa cultura milenar.

Quer saber quais são os elementos essenciais de um jardim japonês para poder montar o seu? Confira abaixo!

jardim japonês
Imagem: flickr/RandyRobertson

O que você precisa saber antes de montar um jardim japonês

Parte da simbologia é que, ao contrário dos jardins convencionais, ele precisa de cuidados específicos. Fique atento à poda e à adubação do solo, às características de cada planta e seus ciclos de crescimento. Procure fazer a manutenção com frequência, mas, se não for possível, opte pelas espécies que requerem menos atenção. Além disso, a composição do espaço não pode ser definida aleatoriamente: cada elemento tem uma posição adequada e é preciso criar uma harmonia, sem que um ou outro se destaque na paisagem.

Jardins japoneses também não podem ter uma aparência de criação humana – é preciso realizar uma mescla que dê uma aparência natural e traduza uma representação do universo, se possível levando em consideração as regas do Feng Shui para promover a calma, o autoconhecimento e estimular a busca espiritual. Até porque, ao contrário dos jardins ocidentais, eles não existem para promover a sociabilidade, e sim um encontro consigo mesmo.

Os elementos que não podem faltar no seu espaço zen

Lagos ou quedas d`água: Este elemento representa avida, a paz, a pureza e a mudança. Adicione-o com um lago, se for possível realizar manutenção periódica, ou então crie uma queda d`água com pedras. O som também vai ajudar você a relaxar.

jardim japonês
Imagem: flickr/DeanHochman

 

Pontes: Se seu jardim incluir um lago, ainda que pequeno, é sobre ele que a ponte pode ficar posicionada; senão, outros efeitos também funcionam. O mais importante é que este elemento seja incluindo, ainda que em miniatura – ele representa evolução, autoconhecimento e adaptação, se feita de bambu. Em qualquer material, também é um símbolo da passagem para outra dimensão ou uma vida nova.

jardim japonês
Imagem: flickr/prayitnophotography

 

Lanternas: De madeira ou pedra, ajudam a iluminar à noite e também a iluminar a mente, clareando o caminho e ajudando na concentração. Originárias dos templos budistas chineses, as luminárias ou Toro são feitas em formato de templo, com cinco partes que representam a terra (base), a água (meio), o fogo (luz), o ar e o espírito (teto).

jardim japonês
Imagem: flickr/bpprice

 

Árvores e plantas: os jardins japoneses dão destaque a plantas verdes, sem coloridos de flores e principalmente com a utilização de arbustos. Evite uma grande miscelânea, mas escolha suas preferidas – elas representam a eternidade e o silêncio. Boas opções são a árvore da felicidade, o Acer, e, se você fizer questão de flores, a magnólia ou pitospóros para afastar os maus espíritos. Para a grama, as melhores opções são a japonesa ou coreana.

jardim japonês
Imagem: flickr/a_little_brighter

 

Além destas, procure dar prioridade às seguintes espécies, de acordo com o espaço que você tem disponível:

Arbustos

Pitosporo (Pittosporum tobira);
Pinheiro-buda (Podocarpus);
Tuias (Chamaecypares);
Juníperos (Juniperus horizontalis);
Azaleia de Grande Porte (Rhododendron simsii);
Ligustro (Ligustrum sinense);
Nandina (Nandina domestica);
Buxinho (Buxus sempervirens);
Bambu da sorte (Dracaena sanderiana);
Bambu-negro (Phyllostachys nigra );
Bambuzinho-de-jardim (Bambusa textilis gracilis).

Árvores

Bordô-japonês (Acer palmatum);
Pinheiro Negro Japonês (Pinus thumbergii);
Cedro Japonês (Cryptomeria japônica);
Cerejeira-japonesa-rosa (Prunus campanulata);
Cerejeira-branca (Prunus serrulata);
Olmo Japonês (Ulmus davidiana).

Próximas a lagos

Avencas (Dianthum);
Samambaias;
Peperômias (Peperomia ssp);
Balsaminas (Impatiens).

O espaço é realmente reduzido? Escolha as menores espécies e combine-as com bonsais.

 

Pedras: Associadas ao conhecimento, longevidade e eternidade, elas são essenciais no jardim japonês, em duas composições diferentes: o Nobedan, um caminho em mosaico de pedras de topo uniforme, e o Tobiishi, com pedras irregulares e mais afastadas que pedem atenção ao caminho, para que deixemos outros pensamentos do lado de fora ao iniciar a caminhada.

Além disso, as pedras e areia permeiam todo o jardim: enquanto a última pode ser organizada de forma a criar um espaço zen, as primeiras simbolizam as montanhas quando grandes e podem ser adicionadas até mesmo às cascatas, representando a família e os ancestrais.

jardim japonês
Imagem: flickr/kishka_king

 

Bambus: O bambu é uma das mais fortes simbologias orientais, e ensina a curvar-se diante dos problemas, sem quebrar, e voltar a se erguer em seguida. Estruturas de bambu podem ser colocadas para delimitar o jardim, ou então amarradas curvadas em direção ao lago, em sinal de reverência.

jardim japonês
Imagem: freeimages/SkaraFroggy

 

Agora que você já sabe quais são os elementos mais importantes de um jardim japonês e qual é a simbologia envolvida, use sua intuição para definir os componentes do seu espaço zen, e peça a ajuda de um paisagista se quiser criar um efeito ainda mais incrível!

AkiLar

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